Tudo começou porque a Filipa queimou-se a tirar um prato do micro-ondas.
Tudo continuou porque a avó, que gosta de a provocar, se riu na cara dela.
À noite, no seu quarto, sentindo-se o último dos seres amados, as lágrimas corriam-lhe pela cara.
Mania das coisas más, pensei 1001 coisas, queria ter a certeza do que se passava, embora o que se tinha passado fosse uma possibilidade. Conheço muito bem a minha Filipa.
Ela a não querer dizer, o Pedro a saltar na minha cama e eu com medo que ele viesse parar ao chão.
Eu a querer saber, ela a não querer dizer, o Pedro a saltar na cama, o António a avisá-lo que ía cair...
Na exaltação de querer que ela dissesse um poster dos 1D saltou da parede, fui eu que o arranquei para a obrigar a falar, outra vez, aquela palavra:
"- Estúpida!!!"
Passo-me, grito-lhe, bato-lhe, não lhe admito!!!
Vem o pai, vem a avó, mais gritos e exaltação...
Por fim, cada um vai para o seu lado.
A Filipa fica a chorar.
Eu vou para ao pé dos miúdos que estão na minha cama.
O António, encolhidinho debaixo dos lençois, não diz nada.
O Pedro acaba por adormecer a dar-me a mão.
Mudo-os para a cama deles pelas 23h e pouco, já ferrados a dormir.
Isto não é bonito, doi-me estar chateada com os meus filhos, levantar-lhes a mão, mas isto, também, é ser mãe de adolescentes e às vezes estou muito cansada, até disso...
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