terça-feira, 25 de maio de 2021

Filhos e pais...

Li isto num blog que sigo ,http://panadosearrozdetomate.blogspot.com, pelos vistos já há 2 anos, a 5 de Abril de 2019 e, hoje, andei à procura deste post e dos comentários, é como se me estivesse a ver ao espelho: 

"Hoje faço 46 anos e não me apetece festejar. Não é novidade, raramente me apetece, mas este ano é particularmente triste.
A minha filha foi-se embora sem dizer adeus.
Não sei o que escolheu contar a si própria para justificar acordar todos os dias sabendo que não vai falar comigo. Eu acordo todos os dias a tentar não desaparecer dentro do buraco negro que se abriu no meu peito. Não se vê, claro, mas é absolutamente real. Tão real que tenho medo de ver engolidos todos os que me rodeiam.
A Bea tem 18 anos (faltam 21 dias). Tem idade para decidir o que quer fazer e viver com essa escolha. Eu não concordar com essa decisão faz parte.
O que eu não esperava era tanta ingratidão (nem acredito que estou a dizer a coisa que sempre mais odiei ouvir da minha mãe) e indiferença.
A minha menina, que nunca foi minha mas que faz parte de mim, não está comigo.
Podia só não estar a viver comigo, isso seria normal e até expectável, mas a minha filha, a minha menina, escolheu não estar comigo, connosco.
Nem sempre as coisas correm bem, por mais que façamos aquilo que achamos que está certo
Daqui a uns tempos vou olhar para isto como uma fase terrível, necessária e passageira (dando mais ênfase a um ou outro adjectivo, conforme o que tiver acontecido até lá), mas agora é uma espiral de sofrimento como nunca tinha experimentado."

Comentários: 

"...temos de acreditar que fazemos sempre o nosso melhor e o que tiver de ser será."

"Fiquei toda arrepiada, muito porque tenho filhos a caminharem a passos largos para essas fases terríveis :( A ingratidão creio que faz parte do processo)... Se me permite um "conselho", apesar de não o ter pedido, não deixe nunca de lhe mostrar que a ama acima de tudo e que as portas estarão sempre abertas para ela. Um grande abraço."

" Deixe a porta aberta e os braços escancarados, não lhe atire à cara a ingratidão. Mostre-lhe compreensão. A Calita é como ela, foi de si que ela aprendeu. A Bea foi mas já volta! Nem que dure uns 5 anos. Ela volta. Que o amor permaneça sem julgamentos nem condenações. Abraço forte"

"...tudo se vai resolver a adolescência é tramada, com o tempo vai cair na Realidade. Porta sempre aberta."

"Fala-se tanto da adolescência, mas a minha filha que sempre foi pacifica mesmo tendo-me divorciado do pai dela aos 14 anos, aos 18 anos por uma discussão parva. Esteve um ano a viver com uma tia do lado paterno pois o pai encontrava-se no estrangeiro. Deixou de me falar e rejeitava toda e qualquer aproximação. Foi um ano muito negro. Precisei de ajuda profissional para me ensinar a lidar com toda a situação e ter uma perspectiva do que eu poderia melhorar. Não sendo a mãe perfeita também achei que não merecia tamanha ingratidão. A médica explicou-me que os filhos conseguem ser cruéis com os pais por muito que os pais não o consigam acreditar. Passado 1 ano pediu para voltar. Ela amadureceu, eu aprendi a trabalhar muita coisa que fazia com as melhores das intenções mas que não estavam a ser o melhor para a nossa relação. tentei ganhar ferramentas para ao mesmo tempo que não deixava de ser uma mãe preocupada também não deixava que ela me magoasse. Foi um ano muito negro e que ainda hoje é assunto tabu. O que me descansava mais era saber que ela estava com a tia. Por muito que custe devemos tentar mantermos-nos firmes e acalmar o nosso coração pensando que lhe ensinamos bons princípios e que é só uma fase. As meninas e as mães tem sempre estas "tricas". É só uma fase, acredite. Força"

"Imagino (só) como é doloroso, mas a frase feita das asas e raízes espera-se que resulte. E passada a tormenta ela volta com decisão de ficar Bjinho grande"

"Oh Calita, que me deu uma paragem no coração ao ler isto agora... vim do Facebook ler o teu post mais recente, fiquei a matar saudades das tuas histórias que há muito não lia e dei com esta dor... Já tive tanto medo do mesmo, não porque sou má mãe, não porque também estou divorciada do pai (é tão fácil ser-se bom quando não se está presente!), não porque mereça (como também não acredito que mereças), mas porque elas são umas bebés parvas com idade para acharem que sabem alguma coisa e só fazem asneiras!!! As miúdas são especialmente parvinhas... e quando acham que podem decidir as maiores asneiras, pior. Hoje vou abraçar a minha com o dobro da força, por ti, ok? A Bea ainda vai perceber."
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