De manhã a minha Mãe ligou-me a perguntar se a Filipa ia lá almoçar hoje, eu disse que a Filipa não estava em casa e não me tinha dito nada.
Mais tarde mandei à Filipa:
" Bom dia, estás bem? A avó telefonou-me a perguntar se ias lá almoçar hoje, disse que não sabia, que não estavas em casa, bjs" - 10h07
F.: " Bom dia, estou bem e vocês? Não vou amanhã mas já lhe ligo bjs"
" Ok"
F.: " Estão bem?"
" Na verdade queria-te escrever muitas coisas de nós e dos teus irmãos mas se calhar basta-te dizer que sim mesmo que esteja muito longe da verdade"
F.: " Fala"
" Para quê??? Vais achar que é chantagem, que te estou a culpar e não é nada disso"
F.: " Se quiseres falar fala"
" O António só tem negativas e diz que não consegue estudar"
" O Pedro chora muitas vezes e diz que tem saudades tuas todos os dias e até diz que o António já não é tão feliz como era"
" Eu e o teu Pai estamos desfeitos e tu sabes disso"
" E os teus irmãos vão fazer anos e estão ambos infelizes"
" E sabes que gostamos muito de ti e que nos preocupamos muito contigo"
F.: " Pois mãe mas quando eu estava ai, não quiseram saber como eu estava, achaste que dar-me coisas materiais se calhar chegava. Era discussões todas as semanas e entre as discussões havia uma paz podre que já se sabia que ia acabar a qualquer momento, andava com crises de ansiedade e raiva por coisa mínimas"
" Eu não estou a dizer que a culpa é toda tua"
" Eu sei que fiz muita coisa mal"
F.: " Em relação aos meus irmãos não gosto de os ver assim e não sei o que fazer para eles melhorarem"
" Mas não te demos só coisas materiais, não podes dizer isso"
" Sabes que gostamos muito de ti e sempre te apoiámos nas tuas escolhas"
" Como é que podes dizer que não queríamos saber como tu estavas?"
" Mal te queixaste não foste logo ao psicólogo?"
" E a tua raiva vinha de quê?"
" E não ignores o meu sofrimento e o do teu Pai"
" Embora o do teus irmãos seja mil vezes pior para nós de assistir"
F.: " Achas que fugir foi a solução?" - " Naquela altura foi não estava a aguentar mais e tudo aquilo ia continuar infinitamente"
" Já se passaram quase 2 meses"
" Para quê?"
" Para termos aprendido todos com isso"
F.: " E então?"
" Sabes bem que te quero implorar para voltares só até acabares o curso e arranjares alguém com quem dividir casa, para saíres a bem, por nós e pelos teus irmãos"
" Mas também sei que vais dizer que não queres voltar para casa"
" E o nosso sofrimento vai continuar igual porque não melhora"
" Beijinhos grandes"
F.: " Beijinhos" - 11h06
F.: " Estão bem?"
" Na verdade queria-te escrever muitas coisas de nós e dos teus irmãos mas se calhar basta-te dizer que sim mesmo que esteja muito longe da verdade"
F.: " Fala"
" Para quê??? Vais achar que é chantagem, que te estou a culpar e não é nada disso"
F.: " Se quiseres falar fala"
" O António só tem negativas e diz que não consegue estudar"
" O Pedro chora muitas vezes e diz que tem saudades tuas todos os dias e até diz que o António já não é tão feliz como era"
" Eu e o teu Pai estamos desfeitos e tu sabes disso"
" E os teus irmãos vão fazer anos e estão ambos infelizes"
" E sabes que gostamos muito de ti e que nos preocupamos muito contigo"
F.: " Pois mãe mas quando eu estava ai, não quiseram saber como eu estava, achaste que dar-me coisas materiais se calhar chegava. Era discussões todas as semanas e entre as discussões havia uma paz podre que já se sabia que ia acabar a qualquer momento, andava com crises de ansiedade e raiva por coisa mínimas"
" Eu não estou a dizer que a culpa é toda tua"
" Eu sei que fiz muita coisa mal"
F.: " Em relação aos meus irmãos não gosto de os ver assim e não sei o que fazer para eles melhorarem"
" Mas não te demos só coisas materiais, não podes dizer isso"
" Sabes que gostamos muito de ti e sempre te apoiámos nas tuas escolhas"
" Como é que podes dizer que não queríamos saber como tu estavas?"
" Mal te queixaste não foste logo ao psicólogo?"
" E a tua raiva vinha de quê?"
" E não ignores o meu sofrimento e o do teu Pai"
" Embora o do teus irmãos seja mil vezes pior para nós de assistir"
F.: " Achas que fugir foi a solução?" - " Naquela altura foi não estava a aguentar mais e tudo aquilo ia continuar infinitamente"
" Já se passaram quase 2 meses"
" Para quê?"
" Para termos aprendido todos com isso"
F.: " E então?"
" Sabes bem que te quero implorar para voltares só até acabares o curso e arranjares alguém com quem dividir casa, para saíres a bem, por nós e pelos teus irmãos"
" Mas também sei que vais dizer que não queres voltar para casa"
" E o nosso sofrimento vai continuar igual porque não melhora"
" Beijinhos grandes"
F.: " Beijinhos" - 11h06
Pelo menos abri o meu coração e isso fez-me bem, já tinha chorado toda a manhã e consegui parar...
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Pelas 13h48 mandou-me mensagens que tinha trocado com o António:
F.: " Sexta tens hora de almoço a que horas?"
" Ns tou em aula"
F.: " Então depois diz-me" "E vê se queres ir almoçar com a mana ao shopping"
" Acho q n da tenho apresentação dps"
F.: " E tmb n quero pk ainda n esqueci e por agora yh n quero tar mto ctg"
então?"
F.: " Sexta tens hora de almoço a que horas?"
" Ns tou em aula"
F.: " Então depois diz-me" "E vê se queres ir almoçar com a mana ao shopping"
" Acho q n da tenho apresentação dps"
F.: " E tmb n quero pk ainda n esqueci e por agora yh n quero tar mto ctg"
então?"
Mandei mensagem a dizer que estava na escola de dança e depois estive a falar com uma Mãe da escola e dança por causa do que se passou hoje na escola e só lhe respondi mais tarde pelas 16h18:
" Filipa, os teus irmãos sentem-se abandonados por ti, tu eras uma 2a mãe para eles e de repente não estás cá"
" Não tens noção do desespero do António quando soube que não estavas em casa"
" Imagina que eu tinha saído de casa como tu saíste quando tu tinhas 10 ou 16 anos"
" E olha que estou-lhes sempre a dizer que não deixaste de ser irmã deles ou nossa filha"
" Que até vens cá a casa"
" E que algum dia ias viver fora de casa"
" Mas poê-te no lugar deles e pensa como ias reagir"
" Assim como o Pedro me disse no dia dos anos do Eric que se quisesses voltar te ia dizer que não"
" Isto depois de vir a chorar no caminho todo do campo de futebol até casa"
" Mas eu sei que isto eles só dizem porque estão a sofrer e a ultima coisa que eu queria era que eles, ou tu, sofressem"
" Filipa, os teus irmãos sentem-se abandonados por ti, tu eras uma 2a mãe para eles e de repente não estás cá"
" Não tens noção do desespero do António quando soube que não estavas em casa"
" Imagina que eu tinha saído de casa como tu saíste quando tu tinhas 10 ou 16 anos"
" E olha que estou-lhes sempre a dizer que não deixaste de ser irmã deles ou nossa filha"
" Que até vens cá a casa"
" E que algum dia ias viver fora de casa"
" Mas poê-te no lugar deles e pensa como ias reagir"
" Assim como o Pedro me disse no dia dos anos do Eric que se quisesses voltar te ia dizer que não"
" Isto depois de vir a chorar no caminho todo do campo de futebol até casa"
" Mas eu sei que isto eles só dizem porque estão a sofrer e a ultima coisa que eu queria era que eles, ou tu, sofressem"
Copiei da mensagem dela:
" Achaste que dar-me coisas materiais se calhar chegava??? Que coisas materiais??? Faculdade??? Passe? Bolachas do café??? Psicóloga??"
"Nunca recebeste atenção ou amor??? A sério???"
"É isso que dizes a ti própria?"
Foram precisos 48 dias para esta conversa (até ao fim do dia não deu vista às mensagens e como também não estava no facebook nem no instagram mandei-lhe uma mensagem a perguntar se estava bem e ela respondeu que sim e se tinha falado com a avó pois esta tinha-lhe teelfonado 2x enquanto ela estava a trabalhar)...
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